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segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Òbá


Orígem e História
- Obasy, rio revolto - Obasy, mística e idosa, com bons costumes, porém, grosseira. - Obasy, mulher valente, orixá de uma orelha só. - Obasy, quando em fúria transborda, agita-se.
Obasy é a senhora da sociedade elekoo, porém no Brasil esta sociedade está muito restrita, sendo assim , esta sociedade passou a cultuar egungun. Deste modo, obasy é a senhora da sociedade lesse-orixa. Ela é uma das três esposa de xangô. Oxum aconselhou a ela que retirasse uma das orelhas para dar a xangô em um prato de caruru, ela o fez, quando viu que oxum não tinha feito isso antes, evocou-se e as duas brigaram, xangô em sua ira as expulsou de casa, transformando-as em dois rios.
Tudo relacionado a Obasy é envolto em um clima de mistérios, e poucos são os que entendem seus atos aqui no Brasil. Certas pessoas a cultuam como se fosse da família ji, ao passo que outras a cultuam como se fosse um Xangô fêmea. Obasy e ewa são semelhante, são primas e ambas possuem oro omi osun. Ela usa ofá (arco e flecha) assim como Ewa e ambas são identificadas também com Odé. Obasy usa a festa da fogueira de xangô para poder levar suas brasas para seu reino, desta forma é considerada uma das esposas de xangô mais fieis a ele.
OBA é ORIXÁ ligado a água, guerreira e pouco feminina. Suas roupas são vermelhas e brancas, leva um escudo, uma espada, uma coroa de cobre. Usa um pano na cabeça para esconder a orelha cortada. Conta e lenda que OBA, repudiada por XANGÔ. vivia sempre rondando o palácio para voltar.
XANGÔ fica horrorizado com a mutilação e expulsa-a para sempre. 0 tipo psicológico dos filhos de OBA, constitui o estereotipo da mulher de forte temperamento, terrivelmente possessiva e carente. Ao contrário de IANSÃ, é mulher de um homem só, fiel e sofrida. São combativas, impetuosas e vingativas. OBA é um ORIXÁ que raramente se manifesta e há pouco estudo sobre ela. Talvez porque nos dias de hoje, mesmo na África ou Brasil, não há espaço para essas caracteristicas do feminino, que cada vez mais recupera seu poder de YANSÃ.
Obá é amulher consciente de seu poder, que luta e reinvidica seus direitos, que enfrenta qualquer homem --menos aquele que tomar seu coração. Ela abraça qualquer causa, mas se rende a uma paixão. Obá é a mulher que se anula quando ama. Obá nasceu do ventre rasgado de Yemonjá após o incesto de Orugan, ela e mais um sem-número de Orixás. Em toda a África Obá era cultuada como agrande deusa protetora do poder feminino, por isso também é saudda como Iyá Agbá, e mantém estreitas relações com as Iya Mi. Era uma mulher forte, que comandava as demais e desafiava o poder masculino. Obá lutou contra todos os Orixás, venceu a batalha contra Oxalá, derrotou Xangô e Orunmilá, e tornou-se temida por todos os deuses.
Obá, Obá, Obá, Orixá do ciúme, Terceira mulher de Xangô.O açoite do ciúme gravado na carne.Fala da fama do marido,Move mágoas na madrugada,Come cabrito pela manhã.
Discutindo cm Oxum,Não foi a Kossó com Xangô.Obá abraça os braços do marido,A parte do seu corpo que a prendeObá sabe que é bom.
Embora Obá tenha se transformado em rio, é uma deusa relacionada ao fogo, pois, quem conhece o rio Obá, na Nigéria, sabe que é um rio de águas revoltas, em constante movimento, por isso é sinônimo de fogo. Obá é saudada como o Orixá do ciúme, mas não se pode esquecer que o ciúme é o colário inevitável do amor, por tanto Obá é um Orixá do amor, das paixões, com todos os dissabores e sofrimentos que o sentimento pode acarretar. Obá tem ciúme porque ama.O lado esquerdo (Osì) sempre esteve relacionado à mulher e, por uma razão muito elementar, é o lado do coração. Quando Obá é saudada como guardiã da esquerda, isso quer dizer qe é a guardiã de todas as mulheres, aquela que compreende os sentimentos do coração, pois Obá pensa com o coração. Como pode uma deusa ligada a esses sentimentos, se dedicar à guerra? Toda energia de suas paixões frustradas ela canaliza para a guerra, tornando-se a guerreira mais valente, que nenhum homem ousa enfrentar. Obá supera a angústia de viver sem ser amada. Mas será que Obá nunca foi amada de fato?
Obá troca um palácio por uma tapera, troca todas as riquezas do mundo por uma frase: "Eu te amo".

Òsùmàrè


Origem e história
Oxumaré (Òsùmàrè) é o orixá de todos os movimentos, de todos os ciclos. Se um dia Oxumaré perder suas forças o mundo acabará, porque o universo é dinâmico e a Terra também se encontra em constante movimento. Imaginem só o planeta Terra sem os movimentos de translação e rotação; imaginem uma estação do ano permanente, uma noite permanente, um dia permanente. É preciso que a Terra não deixe de se movimentar, que após o dia venha a noite, que as estações do não se alterem, que o vapor das águas suba aos céus e caia novamente sobre a Terra em forma de chuva. Oxumaré não pode ser esquecido, pois o fim dos ciclos é o fim do mundo.
Oxumarê mora no céu e vem a Terra nos visitar através do arco-íris. Ele é uma grande cobra que envolve a Terra e o céu e assegura a unidade e a renovação do universo.
Filho de Nanã Buruku, Oxumaré é originário de Mahi, no antigo Daomé, onde é conhecido como Dan. Na região de Ifé é chamado de Ajé Sàlugá, aquele que proporciona a riqueza aos homens. Teria sido um dos companheiros de Odudua por ocasião de sua chegada a Ifé.
Dizem que Oxumaré seria homem e mulher, mas, na verdade, este é mais um ciclo que ele representa: o ciclo da vida, pois da junção entre masculino e feminino é que a vida se perpetua. Oxumaré é um Orixá masculino.
Oxumaré é um deus ambíguo, duplo, que pertence à água e a terra, que é macho e fêmea. Ele exprime a união de opostos, que se atraem e proporcionam a manutenção do universo e da vida. Sintetiza a duplicidade de todo o ser: mortal (no corpo) e imortal (no espírito). Oxumaré mostra a necessidade do movimento da transformação.
Omolu é o irmão mais velho de Oxumaré, mas foi abandonado por sua mãe por ter nascido com o corpo coberto de chagas. Em tempo, não se pode condenar Nanã por esse ato, já que era um costume, quase uma obrigação ritual da época, que se abandonasse às crianças nascidas com alguma deformidade. O deus do destino disse a Nanã que ela teria outro filho, belíssimo, tão bonito quanto o arco-íris, mas que jamais ficaria junto dela. Ele viveria no alto percorreria o mundo sem parar. Nasceu Oxumaré.
Oxumaré que fica no céuControla a chuva que cai sobre a terra.Chega à floresta e respira como o vento.Pai venha até nós para que cresçamos e tenhamos longa vida.

Osáàlá Ogian


Osáàlá Ogian


Orígem e História
OXALÁ é o detentor do poder genitor masculino. Todas suas representações incluem o branco. E um elemento fundamental dos primórdios, massa de ar e massa de água, a protoforma e a formação de todo tipo de criaturas no AIYE e no ORUN. Ao incorporar-se, assume duas formas: OXAGUIÃ jovem guerreiro, e OXALUFÃ, velho apoiado num bastão de prata (APAXORÓ). OXALÁ é alheio a toda violência, disputas, brigas, gosta de ordem, da limpeza, da pureza. Sua cor é o branco e o seu dia é a sexta-feira. Seus filhos devem vestir branco neste dia. Pertencem a OXALÁ os metais e outras substâncias brancas. Na África, todos os Orixás relacionados a criação são designados pelo nome genérico de Orixá Fun Fun. O mais importante entre todos eles chama-se Orixalá(Òrìsanlà), ou seja, o grande Orixá, que nas terras de Igbó e Ifé é cultuado cmo Obatalá, rei do pano branco. Eram cerca de 154 Orixás Fun Fun, mas no Brasil a quantidade se reduz significativamete, sendo que dois, Orixá Olùfón, rei de Ifón (Oxalufã), Orixá Ógìyán, o comedor de inhame e rei de Egigbó(Oxaguiã), tornaram-se suas expressões mais conhecidas.A designação de Orixá Fun Fun se deve ao fato de a cor branca configurar-se como a cor da criação, guardando a essência de todas as demais. O brando representa todas as possibilidades, a base de qualquer criação. O nome Orisanlá foi contraído e deu orígem a palavra Oxalá, e com esse nome o grande Deus-pai passoua ser conhecido no Brasil. Todos os Orixás Fun Fun foram reunidos em Oxalá e divididos em várias qualidades de suas duas configurações principais: Òsálufón, Osagiyan, sendo este último, jovem e grerreiro, filho do primeiro mais velho e paciencioso.Todas as histórias que relatam a criação do mundo passam necessariamente por Oxalá, que foi o primeiro Orixá concebido por Olodumaré e encarregado de criar não só o universo, como todos os seres, todas as coisas que existiríam no mundo. A maior interdição de Oxalá é de fato o azeite-de-dendê, que jamais deve macular suas roupas, seus objetos sagrados, e muito menos o seu Alá. A ú nica coisa vermelha que Oxalá permite, é a pena de Ikodidè, prova de sua submissão ao poder genitor feminino. Epó kété ó, Alà telè óEpó kété ó, Alà telè ó...Evite o dendê, evite pisar no AláEvite o dendê, evite pisar no Alá.
O Alá representa a própria criação, está intimamente relacionado a concepção de cada ser; é a síntese do poder criador masculino. Sua função primeira já remete ao seu significado profundo. A ação de cobrir não evoca somente proteção, zelo, denota a atividade masculina no ato sexual.
No Xirê Oxalá é homenageado por último porque é o grande símbolo da síntese de todas as orígens. Ele representa a totalidade, o único Orixá que, como Exú, reside em todos os seres humanos. Todos são seus filhos, todos são irmãos, já que a humanidade vive sob o meso teto, o grande Alá que nos cobre e protege, o céu

Ewá

Ewá

Também conhecida como Ìyá Wa. Assim como Iemanjá e Oxum, também é uma divindade feminina das águas e, às vezes, associada à fecundidade. É reverenciada como a dona do mundo e dona dos horizontes. Em algumas lendas aparece como a esposa de Oxumaré e pertencendo a ela a faixa branca do arco-íris, em outras como esposa de Obaluaiê ou Omulu. Seu dia é o sábado, sua cor o vermelho escuro (cristal). Sua saudação é HIHÓ (RIRRÓ)!EWÁ —

orixá

dos horizontes e fontes! Conta-se uma lenda, que Ewá era esposa de Omulu, e era estéril, não podendo conceder um filho ao seu grande amado, sofrendo muito por isso.Em uma bela tarde, a dona dos horizontes, estava-se a deleitar as margens de um rio, juntamente com suas serviçais que lavavam vários alás (panos brancos). De repente, surge de dentro da floresta a figura de uma pessoa, que corria muito e muito assustado.- Como ousas interromper o deleite da mulher de Omulu, quem é você ? indagou Ewá, sobre a irreverência do rapaz.- Ewa ! não era minha intenção interromper tão sagrado ato, oh! esposa de Obaluaiê! Porém Ikú (a morte), persegue-me a vários dias e preciso escapar dela, pois tenho ainda um grande destino a seguir. Peço sua ajuda Ewá, peço que me escondas para que Ikú não me pegue ?!
- Gostei de você e vou ajuda-lo, esconda-se sobre os alás que minhas serviçais estão a lavar, e eu despistarei Ikú de seu caminho.E assim foi feito, o jovem rapaz pôs a se esconder sobre os panos brancos. Alguns minutos se passaram, e eis que aparece Ikú. A morte ! - Como ousas adentrar aos domínios de minha morada, quem és tu ? Pergunta Ewa com ar de indignada. - Sou Ikú, e entro onde as pessoas menos esperam, entro e carrego comigo, dezenas, centenas e até milhares de pessoas ! Porém hoje estou a procurar um jovem rapaz, que esta a me escapar a dias, você o viu passar por aqui ? Perguntou Ikú para Ewá. - Eu o vi sim Ikú, ele foi naquela direção. - Ewa apontava para um direção totalmente oposta ao das suas aldeãs, que estavam a esconder o jovem rapaz. Ikú agradeceu e seguiu pelo caminho indicado. Sendo assim, o rapaz pode se desfazer de seu esconderijo e agradeceu Ewá. - Ewa, agradeço sua ajuda, terei tempo agora, de prosseguir meu caminho. Sou um grande adivinho, e em sinal de minha gratidão, apartir de hoje presenteio-lhe com o dom da adivinhação. Ewa, agradeceu o presente dado pelo rapaz, que já havia se virado para ir embora, quando retornou e falou a Ewá. - Sim eu sei, você não pode ter filhos, pois lhe dou isso também, apartir de hoje poderá ter filhos e alegrar ao seu marido. Então Ewá, agradeceu novamente muito contente e perguntou ao jovem rapaz.- Qual é seu nome ? E o rapaz respondeu...- Meu nome é Ifá

quinta-feira, 17 de maio de 2007

Um pouco da lenda de cada orixá


EXU


Exu uma vez, chateado por não ter recebido sua oferta semanal na segunda feira que é o seu dia, resolveu vingar-se.Vestiu um chapéu pontudo com um lado vermelho e outro branco. Passou pelas pessoas que deveriam ter-lhe dado a oferenda, dois grandes e bons amigos, e amigavelmente cumprimentou-os. - Boa noite, como vão amigos?- Vamos bem, gentil cavalheiro, boa noite para o senhor também?E com um ligeiro abano de mãos se afastou. Um dos amigos falou para o outro.-Quem será este cavalheiro tão educado com o chapéu vermelho que passou por nós?Respondeu o amigo: -Realmente é muito educado, mas o seu chapéu era branco!-Que branco nada, era vermelho, está me chamando de cego?-Qual nada, era branco, você é que está me chamando de mentiroso!E imediatamente após dizer isso, partiu para agressão ao amigo que se defendeu usando uma faca, no qual foi rechaçado pelo oponente que também possuía uma outra arma de corte, resultando em feridas feias e morte aos dois. Exu que de perto assistia a tudo, sorria e partiu. Estava vingado.


OGUM


Ogum, Oxossi e Exu eram irmãos e filhos de Yemanjá. Ogum era calmo, tranqüilo, pacato e caçador, ele é que provia a casa de alimentos, pois Exu gostava de sair no mundo e Oxóssi era contemplativo e descansado. Num belo dia, Ogum voltando de uma caçada, vê sua casa cercada por guerreiros de outras terras. Vendo sua casa em chamas e seus parentes gritando por socorro, tomou-se de uma ira incontrolável e sozinho derrotou todos os agressores, não deixando um só vivo. Dai em diante, Ogum iniciou seu irmão Oxóssi na caça e disse a sua mãe.- Mãe, preciso ir, tenho de lutar, vencer e conquistar. Mas se em qualquer momento, qualquer um de vocês estiver em perigo, pensem em mim, que voltarei de qualquer lugar para defendê-los.Assim partiu e tornou-se o maior guerreiro do mundo, vencia a todos os exércitos sem mesmo ter um exército, tornou-se assim a verdadeira força da vitória.


OXALÁ


Oxalá, estava morrendo de saudades de um de seus filhos, Xangô, que morava em terras longínquas. Antes porém de viajar, consultou Ifá, o Deus da Adivinhação, que desaconselhou a viagem. Mas ante a teimosia de Oxalá, determinou-lhe que durante a viagem, além de levar três mudas de roupas brancas, sabão e Ori, concordasse com tudo que as pessoas lhe pedissem sem jamais irritar-se.Durante o caminho Oxalá encontrou com um Exu, o senhor do Azeite-de-dendê, que o saudou efusivamente e pediu um abraço. Oxalá cumprindo as determinações de Ifá, abraçou-o, e Exu que carregava um barril do azeite sobre as costas, ao abraçá-lo derramou todo o azeite por cima dele e foi-se rindo, satisfeito de sua brincadeira. Oxalá lembrando-se das determinações de Ifá, resignadamente, lavou-se com o sabão, passou Ori no corpo despachou a roupa suja e seguiu viajem. Mais adiante encontrou outro Exu, agora o dono do carvão, que também o saudou como o anterior e fez exatamente a mesma brincadeira, sujando-o de pó carvão retirando-se rindo também. Mas uma vez, Oxalá, se limpa, despacha a roupa suja, troca de roupa e segue a viagem, sem se aborrecer como Ifá determinara. Ao chegar ao reino de Xangô, viu um lindo cavalo branco, reconhecendo-o como um que em outras épocas havia dado de presente ao seu filho. O cavalo também reconhecendo-o seguiu mansamente com ele. Nisso chegam os criados de Xangô, e ao verem Oxalá, sem o reconhecerem, levando o cavalo, tomam-no por um ladrão,agridem-no e jogam-no numa masmorra. Lá ficou durante sete anos. Durante esse tempo, o reino de Xangô sofreu muitas desgraças, a colheita era ruim, o gado foi dizimado pela seca, as mulheres ficaram estéreis e as pessoas morriam de fome. Xangô, sem saber o que estava acontecendo, mandou chamar os mais afamados adivinhos, chegando a consultar o maior de todos os oráculos, Ifá! Este revelou-lhe que o acontecido era em virtude de ter em suas masmorras um inocente. Xangô manda vasculhar todas suas prisões, até chegar a Oxalá. Levado o prisioneiro a frente do grande rei, este reconhece seu pai e imediatamente manda buscar água para lavá-lo. Todos se purificaram e vestiram-se de branco em seu respeito. Como Oxalá, mal podia andar, alquebrado pelos maus tratos e tempo em que ficou preso, Xangô deu-lhe Ayrá, que o carregou nas próprias costas, até o palácio de Oxaguian, seu outro filho, onde morava anteriormente.


OXOSSI


Oxóssi, em uma de suas caçadas, teria sido enfeitiçado pelo seu irmão Ossãe, apesar dos avisos de sua mãe Yemanjá, para que tivesse cuidado. Oxóssi então afasta-se da família até que o encanto seja quebrado, quando volta, encontra Yemanjá ainda irritada pela atitude do filho em não tê-la ouvido. Oxóssi volta a floresta sob a influência de Ossãe o que faz com que Ogum se rebela contra a própria mãe. Oxóssi, aprendeu todos os segredos da mata com seu irmão Ossãe e é ele quem defende o acesso às plantas, dificultando a penetração no mato daqueles que não tem o preparo devido.Outra lenda de Oxóssi, conta que numa de suas inúmeras caçadas, sem que tivesse consultado antes Ifá, encontrou uma cobra no mato - Oxumarê. Ela lhe diz que não pode ser morta por ele, pois não é um bicho de penas, ele pouco se importou com o aviso, e matou-a com a lança, cortando-a em diversos pedaços e levando para casa para ele mesmo preparar um guisado, com o qual se refastelou. No dia seguinte, Oxum, sua esposa, prevendo muitas catástrofes, por causa da quebra de tantos tabus, encontra Oxóssi, deitado no chão morto e rastros de cobra que iam em direção a floresta. Oxum chorou tanto e tão alto que Ifá, condoído pela sua dor, fez Odé, o caçador, renascer sob a forma divina de Oxóssi.


OXUM


Oxum queria saber o segredo do jogo de búzios que pertencia a Exu e este não queria lhe revelar. Ela então procura na floresta as feiticeiras, chamadas YAMI OXORONGÁ. As feiticeiras perguntam a Oxum o que faz ali e ela lhes pede como enganar a Exu e conseguir o segredo do jogo de búzios. As feiticeiras a muito querendo pregar uma peça a Exu, ensinaram toda a sorte de magias a Oxum, mas exigiram que ela lhes fizesse uma oferenda a cada feitiço realizado. Oxum concordou e foi procurar Exu.Ao chegar perto do reino de Exu, este desconfiado perguntou-lhe o que queria por ali, que ela deveria embora e que ele não a ensinaria nada. Ela então o desafia a descobrir o que tem entre os dedos. Exu se abaixa para ver melhor e ela sopra sobre seus olhos um pó mágico que ao cair nos olhos de Exu o cega e arde muito. Exu gritava de dor e dizia;- Eu não enxergo nada, cadê meus búzioos?Oxum fingindo preocupação, respondia:- Búzios? Quantos são eles?- Dezesseis, respondeu Exu, esfregandoo os olhos- Ah! Achei um, é grande!- É Okanran, me dê ele.- Achei outro, é menorzinho!- É Eta-Ogundá, passa pra cá...E assim foi até que ela soube todos os segredos do jogo de búzios, Ifá o Orixá da adivinhação, pela coragem e inteligência da Oxum, resolveu-lhe dar também o poder do jogo e dividi-lo com Exu.


OMOLU


Houve uma festa e todos os Orixás estavam presentes. Menos Omolu que ficara do lado de fora. Ogum pergunta por que o irmão não vem e Nanã responde que é por vergonha de suas feridas causadas pelas doenças. Ogum resolve ajudá-lo e o leva até a floresta onde tece para ele uma roupa de palha que lhe cobre o corpo todo. O filá! Mas a ajuda não dá muito certo, pois muitos viram o que Ogum fizera e continuavam a ter nojo de dançar com o jovem Orixá, menos Iansã, altiva e corajosa, dança com ele e com eles o vento de Iansã que levanta a palha e para espanto de todos, revela um homem lindo, sem defeito algum. Todos os Orixás presentes, ficam estupefatos com aquela beleza, principalmente Oxum,que se enche de inveja, mas agora é tarde, Omolu, não quer mais dançar com ninguém.Em recompensa pelo gesto de Iansã, Omolu dá a ela o poder de também reinar sobre os mortos. Mas daquele dia em diante, Omolu declara que dança sozinho doravante!


IEMANJÁ


Yemanjá estava perdida em seus pensamentos quando dela se aproxima seu filho Exu que lhe diz. - Mãe por todos os caminhos que percorrri pelo mundo tive todas as belezas que quis, mas nenhuma delas era tão bela como você!- O que diz meu filho, não estou comprreendendo!- Estou lhe dizendo que és a mulher maais linda que já vi e voltei para possuí-la. E dizendo isso atirou-se sobre Yemanjá, tentando violentá-la. Yemanjá não podia permitir que aquilo acontecesse e resistiu bravamente, lutou tanto que pela violência da luta, seus seios foram dilacerados. Enlouquecido e arrependido Exu, " caiu no mundo", sumindo na linha do horizonte.Diz-se que dos seios dilacerados de Yemanjá, saiam lágrimas profundamente tristes e tantas que se tornaram toda a água salgada do mundo, de onde se originaram todos os mares e oceanos.


XANGÔ


Certa vez, viu-se Xangô acompanhado de seus exércitos frente a frente com um inimigo que tinha ordens de seus superiores de não fazer prisioneiros, as ordens era aniquilar o exército de Xangô, e assim foi feito, aqueles que caiam prisioneiros eram barbaramente aniquilados, destroçados, mutilados e seus pedaços jogados ao pé da montanha onde Xangô estava. Isso provocou a ira de Xangô que num movimento rápido, bate com o seu machado na pedra provocando faíscas que mais pareciam raios. E quanto mais batia mais os raios ganhavam forças e mais inimigos com eles abatia. Tantos foram os raios que todos os inimigos foram vencidos. Pela força do seu machado, mais uma vez Xangô saíra vencedor. Aos prisioneiros, os ministros de Xangô pediam os mesmo tratamento dado aos seus guerreiros, mutilação, atrocidades, destruição total. Com isso não concordou com Xangô.- Não! O meu ódio não pode ultrapassarr os limites da justiça, eram guerreiros cumprindo ordens, seus líderes é quem devem pagar!E levantando novamente seu machado em direção ao céu, gerou uma série de raios, dirigindo-os todos, contra os líderes, destruindo-os completamente e em seguida libertou a todos os prisioneiros que fascinados pela maneira de agir de Xangô, passaram a segui-lo e fazer parte de seus exércitos.


NANÃ BURUKU


Ogum precisava atravessar um campo que fazia limites com as terras de Nanã. O terreno era pantanoso e traiçoeiro, mas para Ogum não tinha tempo ruim e ele decidiu-se a ir por ali mesmo. Quando iniciava a jornada, escutou a voz de Nanã que determinava:- Estas terras tem dono rapaz, peça liicença para passar!Ogum não se curvaria a ninguém e respondeu:- Ogum não pede nada a ninguém. Ogum ttoma e não será uma velha que irá me deter!Nanã ainda determina mais uma vez que Ogum peça licença e Ogum não a atende embrenhando-se pântano a dentro. Nanã então, ordena ao pântano que tragasse e matasse Ogum que é obrigado a usar de toda a sua força para livrar-se e salvar a própria vida.Ogum teve de recuar, mas bradou!- Tu és poderosa, vou procurar outro ccaminho, mas antes vou encher seu pântano de ponta de metal duro e afiado que cortará sua carne se tentar passar por ele também.Nanã respondeu:- Tu és forte e valoroso, mas precisa aprender a respeitar a terra dos outros. Por minhas terras não passarás, garanto!E a partir desse dia, Nanã aboliu em suas terras o uso de metais em suas terras

OSSÂIM


O Senhor das Folhas

Ossâim é orixá masculino de origem nagô (Iorubá) que, como Oxóssi habita a floresta. É bastante cultuado no Brasil, recebendo diversos nomes como Ossânin, Ossonhe, Ossãe e Ossanha , uma das formas mais populares. Por causa do som feminino é frequentemente confundido como figura feminina. É um orixá cujos filhos são raros, bem menos numerosos do que Ogum, Xangô ou Oxum. É orixá da cor verde, do contato mais íntimo com a natureza. As áreas consagradas a Ossâim não são os jardins cultuados de maneira tradicional, mas sim os recantos, onde só os sacerdotes podem entrar, nos quais as plantas crescem de maneira selvagem, quase sem controle. Orixá de grande significação, pois todos os rituais importantes utilizam o “sangue-escuro” que vem dos vegetais, seja em forma de amassis, infusões ou para uso de bebida ritualística. É comum dentro da Umbanda existir um certo preconceito com dois Orixás que muitas vezes são esquecidos, mais existem em Umbanda e se faz necessário o culto: Ossâim e Oxumarê. O primeiro está presente em todos os rituais através das folhas e o segundo presente em quase todos os rituais por ser o Orixá das cores e dos aromas. Por não terem sido muito divulgados, pensa-se serem orixás de Candomblé, grande erro. Dois orixás de grande valia dentro do culto de Umbanda. Segundo lendas, Ossâim era o dono de todas as folhas e era necessário que os Orixás dependessem dele para obter certas folhas e certos sumos. Como os orixás raramente se submetem a qualquer tipo de autoridade, a rebelião se fez e Iansã com seus ventos espalhou as folhas de Ossâim, fazendo com que cada Orixá pegasse a sua de acordo com sua esfera de atribuições. Mas muitas ervas e plantas ainda continuam sob o domínio de Ossâim, e mesmo as que hoje estão sob domínio dos outros orixás, ainda necessitam de certas rezas e preceitos que só Ossâim conhece. Nesse contexto o poder de Ossâim foi dividido, mas permanece paradoxalmente com ele, realçando outra característica do Panteão Africano: a dependência dos Orixás. Apesar de cada Orixá reinar sobre uma área específica do conhecimento e da atividade humana, acaba influindo genericamente sobre os domínios dos outros Orixás. Por isso um filho de Iansã deve manter boas relações espirituais com Ossâim para poder realizar os trabalhos e obrigações devidos à própria Iansã ou a Exu, como também deve invocar Oxum quando tiver problemas sexuais ou relativos a paternidade ou maternidade. Se cada ser humano é individualizado pela soma das características e presenças energéticas de seus próprios orixás – o primeiro (eledá) e o segundo (ajuntó) orixá, também troca energias com as outras fontes de Axé que regularizam e ditam as normas de seu relacionamento com outras áreas do conhecimento. É a convivência dos diferentes, mas complementares, que viabiliza a mitologia dos orixás e a existência do ser humano em sociedade. Não é orixá das lutas, do fogo, dos grandes amores e das guerras incontroláveis. É orixá da técnica, do uso das folhas que são empregadas quando necessárias, usadas de forma condutora da busca do equilíbrio energético, do contato do homem com a sua divindade, que nada mais é do que a sua essência. Não faz parte das lendas de Ossâim um número de relações familiares e sexuais de destaque, pois geralmente é apresentado como um ser solitário, vagando nebulosamente pela floresta e não habitando lar específico. Em algumas histórias é apresentado como uma figura de uma perna só. Em outras é chamado de Aroni, um anãozinho que como o saci pererê da mitologia, traz sempre na boca um cachimbo. Para alguns pesquisadores, a diferença existente entre Ossâim e Omolu-Obaluaiê, seria de que um traz a doença e o outro traria a cura. Mas tal definição não é adequada já que Omulu-Obaluaiê também traz a cura. Classificar Ossâim como Orixá da medicina seria uma visão parcial de sua real potencialidade mítica. Ossâim seria aquele a quem se pede a ajuda para libertação de diferentes problemas, seja a doença, sejam os encantamentos. Omulu-Obaluaiê é a quem se pede a cura, depois que ele mesmo muitas vezes envia a doença. Outra diferença seria que Ossâim é mais invocado nas doenças e problemas individuais enquanto Omulu-Obaluaiê é o que castiga socialmente, dizimando colheitas ou populações inteiras. Ossâim seria também o curandeiro do ponto de vista da magia e dos encantamentos, enquanto Omulu-Obaluaiê seria o curandeiro do ponto de vista das rezas e da manifestação de espíritos curadores que trabalhariam a seu mando. Como tantos outros magos, vive sozinho, em estreita e diária ligação com as plantas, com os pássaros com quem parece se comunicar, é misterioso e solitário ermitão.

O Arquétipo dos seus filhos

O arquétipo dos filhos de determinado Orixá, é um estudo profundo e que muitas das vezes não condiz com o que o Orixá apresenta. Vale lembrar que os Arquétipos são dados a essa ou aquela pessoa por características que são predominantes nos seus Orixás (eledá e ajuntó). Para facilitar o entendimento, geralmente o tipo físico é dado a partir do físico do Orixá (Oxum, Yemanjá – Predominância por gorduras localizadas e alguma tendência a engordar – Ogum, Oxóssi – Pessoas esguias e ágeis que tem no pisar o silêncio dos guerreiros que se faz necessário para não afastar a vítima ou a presa). Do ponto de vista emocional e psicológico, Oxum e Yemanjá seriam pessoas mais controladas e menos dadas a rompantes e combates, como seria Ogum, Oxóssi e Iansã. Xangô seria a figura do homem velho que nem sempre resolve tudo a ferro e fogo. Mas essas características são contrabalanceadas pelos ajuntós. Geralmente o Eledá traz alguma característica que muitas das vezes são acentuadas, desacentuadas ou mudadas pelas características do ajuntó. Portanto pode se ver uma filha de Yemanjá magérrima, visto que o ajuntó é Oxóssi e vice-versa. Os filhos de Ossâim são aqueles que não permitem que suas simpatias e antipatias subjetivas e individuais intervenham em suas decisões ou influenciem as suas opiniões sobre pessoas e acontecimentos. Ossâim é reservado, pouco intervindo em questões que não lhe digam respeito. Não é introvertido, mas não se faz notar pela atividade social. Os filhos de Ossâim são individualistas no sentido de não se preocuparem com o que acontece fora da sua esfera. São pessoas muito ligadas a religiosidade e pelos aspectos ritualísticos. A ordem, os costumes, as tradições e os gestos marcados e repetitivos o fascinam. São pessoas meticulosas, nunca se deixando levar pela pressa ou pela ansiedade, pois é caprichoso. Por isso as profissões dos filhos de Ossâim são aquelas que não requeiram pressa. São pessoas que não gostam de trabalhar em conjunto, há não ser quando somente o conjunto pode gerar o resultado esperado. Pela necessidade de isolamento e independência, os filhos de Ossâim podem abraçar profissões artesanais, que exijam o trabalho lento e meticuloso, como um ritual que quando não feito de maneira correta e meticulosa pode botar tudo a perder. Em termos físicos, são pessoas elegantes e esguias, mesmo quando tem como ajuntó Yemnjá ou Oxum. Não aparentam grande força física, mas detém uma grande energia reservada para uso quando necessário. Uma particularidade física muito comum são os cabelos lisos e compridos. São capazes de amar, mas não o tempo todo. O silêncio, porém, não pode ser entendido como sinônimo de falta de carinho: é apenas seu gosto pela ausência de sons, pois, quando há algum problema, ele dificilmente esconde seu ponto de vista.

O Culto ao Orixá
Assim como os Orixás das florestas, Ossâim é cultuado as quintas-feiras, se bem que alguns zeladores e zeladoras apresentem seus dias de culto de maneira diferente. Como é um orixá voltado ao culto em si e à religião como forma organizada de comunicação entre os homens e o sobrenatural, todos os seus ritos exigem muitos detalhes e inúmeros cuidados para não se quebrar as regras de como se colhe uma folha de uma árvore ou se arrumam os ingredientes para uma obrigação de Ossâim. Em algumas áreas do Brasil, Ossâim é sincretizado em São Benedito, alguns zeladores e zeladoras dão a este Orixá o sincretismo de Santo Expedito, visto que o mesmo segura um ramo de folha em uma das mãos. Mas em geral é sincretizado na figura do Saci Pererê, figura mitológica que traduziria a função de encantado da mata, aquele que existe e ao mesmo tempo não. Sua filiação é Yemanjá e Oxalá (alguns historiadores dão Nanã e Oxalá), sua atuação seria na cura e na liturgia, suas cores variam de vermelho e azul, verde e branco e preto e amarelo (mais comum). A comida ritualística mais conhecida seria o padê de mel, coberto de fumo de rolo servido com um coeté de cachaça e entregue com uma vela preta e amarela. A ele são sacrificado bodes e galos. Sua saudação é Eu Eu!!!



Iroco castiga a mãe que não lhe dá o filho prometido.

No começo dos tempos, a primeira árvore plantada foi Iroco. Iroco foi a primeira de todas as árvores, mais antiga que o mogno, o pé de obi e o algodoeiro. Na mais velha das árvores de Iroco, morava seu espírito. E o espírito de Iroco era capaz de muitas mágicas e magias. Iroco assombrava todo mundo, assim se divertia. À noite saia com uma tocha na mão, assustando os caçadores. Quando não tinha o que fazer, brincava com as pedras que guardava nos ocos de seu tronco. Fazia muitas mágicas, para o bem e para o mal. Todos temiam Iroco e seus poderes e quem o olhasse de frente enlouquecia até a morte.
Numa certa época, nenhuma das mulheres da aldeia engravidava. Já não havia crianças pequenas no povoado e todos estavam desesperados. Foi então que as mulheres tiveram a idéia de recorrer aos mágicos poderes de Iroco. Juntaram-se em círculo ao redor da árvore sagrada, tendo o cuidado de manter as costas voltadas para o tronco. Não ousavam olhar para a grande planta face a face, pois, os que olhavam Iroco de frente enlouqueciam e morriam. Suplicaram a Iroco, pediram a ele que lhes desse filhos. Ele quis logo saber o que teria em troca. As mulheres eram, em sua maioria, esposas de lavradores e prometeram a Iroko milho, inhame, frutas, cabritos e carneiros. Cada uma prometia o que o marido tinha para dar. Uma das suplicantes, chamada Olurombi, era a mulher do entalhador e seu marido não tinha nada daquilo para oferecer. Olurombi não sabia o que fazer e, no desespero, prometeu dar a Iroco o primeiro filho que tivesse.
Nove meses depois a aldeia alegrou-se com o choro de muitos recém-nascidos. As jovens mães, felizes e gratas, foram levar a Iroco suas prendas. Em torno do tronco de Iroco depositaram suas oferendas. Assim Iroco recebeu milho, inhame, frutas, cabritos e carneiros. Olurombi contou toda a história ao marido, mas não pôde cumprir sua promessa. Ela e o marido apegaram-se demais ao menino prometido.
No dia da oferenda, Olurombi ficou de longe, segurando nos braços trêmulos, temerosa, o filhinho tão querido. E o tempo passou. Olurombi mantinha a criança longe da árvore e, assim, o menino crescia forte e sadio. Mas um belo dia, passava Olurombi pelas imediações do Iroco, entretida que estava, vindo do mercado, quando, no meio da estrada, bem na sua frente, saltou o temível espírito da árvore. Disse Iroco: "Tu me prometeste o menino e não cumpriste a palavra dada. Transformo-te então num pássaro, para que vivas sempre aprisionada em minha copa." E transformou Olurombi num pássaro e ele voou para a copa de Iroco para ali viver para
sempre.
Olurombi nunca voltou para casa, e o entalhador a procurou, em vão, por toda parte. Ele mantinha o menino em casa, longe de todos. Todos os que passavam perto da árvore ouviam um pássaro que cantava, dizendo o nome de cada oferenda feita a Iroco.
Até que um dia, quando o artesão passava perto dali, ele próprio escutou o tal pássaro, que cantava assim: "Uma prometeu milho e deu o milho; Outra prometeu inhame e trouxe inhames; Uma prometeu frutas e entregou as frutas; Outra deu o cabrito e outra, o carneiro, sempre conforme a promessa que foi feita. Só quem prometeu a criança não cumpriu o prometido."
Ouvindo o relato de uma história que julgava esquecida, o marido de Olurombi entendeu tudo imediatamente. Sim, só podia ser Olurombi, enfeitiçada por Iroco. Ele tinha que salvar sua mulher!
Mas como, se amava tanto seu pequeno filho?
Ele pensou e pensou e teve uma grande idéia. Foi à floresta, escolheu o mais belo lenho de Iroco, levou-o para casa e começou a entalhar. Da madeira entalhada fez uma cópia do rebento, o mais perfeito boneco que jamais havia esculpido.
O fez com os doces traços do filho, sempre alegre, sempre sorridente. Depois poliu e pintou o boneco com esmero, preparando-o com a água perfumada das ervas sagradas. Vestiu a figura de pau com as melhores roupas do menino e a enfeitou com ricas jóias de família e raros adornos.
Quando pronto, ele levou o menino de pau a Iroco e o depositou aos pés da árvore sagrada. Iroco gostou muito do presente. Era o menino que ele tanto esperava!
E o menino sorria sempre, sua expressão, de alegria.
Iroco apreciou sobremaneira o fato de que ele jamais se assustava quando seus olhos se cruzavam. Não fugia dele como os demais mortais, não gritava de pavor e nem lhe dava as costas, com medo de o olhar de frente. Iroco estava feliz. Embalando a criança, seu pequeno menino de pau, batia ritmadamente com os pés no solo e cantava animadamente. Tendo sido paga, enfim, a antiga promessa, Iroco devolveu a Olurombi a forma de mulher. Aliviada e feliz, ela voltou para casa, voltou para o marido artesão e para o filho, já crescido e enfim libertado da promessa.
Alguns dias depois, os três levaram para Iroco muitas oferendas. Levaram ebós de milho, inhame, frutas, cabritos e carneiros, laços de tecido de estampas coloridas para adornar o tronco da árvore.
Eram presentes oferecidos por todos os membros da aldeia, felizes e contentes com o retorno de Olurombi. Até hoje todos levam oferendas a Iroco. Porque Iroco dá o que as pessoas pedem. E todos dão para Iroco o prometido

quarta-feira, 16 de maio de 2007

Lenda de Exú


O Mensageiro dos Orixás!!!


Exú

pode ser o mais benevolente dos Orixás se é tratado com consideração e generosidade.O


ARQUÉTIPO DE EXÚ


Os filhos de Exú possuem um caráter ambivalente, ora são pessoas inteligentes e compreensivas com os problemas dos outros, ora são bravas, intrigantes e ficam muito contrariadas. As pessoas de Exú não têm paradeiro, gostam de viagens, de andar na rua, de passear, de jogos e bebidas. Quase sempre estão envolvidas em intrigas e confusões. Guardam rancor com facilidade e não aceitam ser vencidas. Por isso para ter-se um amigo ou filho de Exú é preciso que se tenha muito jeito e compreensão ao tratar-se com ele.A LendaConta a lenda que houve uma demanda entre Exú e Oxalá para que pudesse saberquem era o mais forte e respeitado, e foi aí que Oxalá provou a sua superioridade pois, durante o combate, Oxalá apoderou-se da cabaça de Exú a qual continha o seu poder mágico transformando-o assim em seu servo. Oxalá então permitiria que Exú a partir de então recebesse todas as oferendas e sacrifícios em primeiro lugar. A Importância de Exú éfundamental, uma vez que ele possui o privilégio de receber todas as oferendas e obrigações em primeiro lugar, nenhuma obrigação deve ser feita sem primeiro saudar a Exú. É o dono de todas as encruzilhadas e caminhos, é o homem da rua, quem guarda a porta e o portão de nossas casas, quem tranca, destranca e movimenta os mercados, os negócios, etc. Exú também nos confirma tudo no jogo de IFÁ (Búzios).

Conta-se que Aluman estava desesperado com uma grande seca. Seus campos estavam secos e a chuva não caia. As rãs choravam de tanta sede e os rios estavam cobertos de folhas mortas, caídas das árvores. Nenhum Orixá invocado escutou suas queixas e gemidos. Aluman decidiu, então, oferecer a Exú grandes pedaços de carne de bode. Exú comeu com apetite desta excelente oferenda. Só que Aluman havia temperado a carne com um molho muito apimentado. Exú teve sede. Uma sede tão grande que toda a água de todas as jarras que ele tinha, e que tinham, em suas casas, os vizinhos, não foi suficiente para matar sua sede! Exú foi á torneira da chuva e abriu-a sem pena. A chuva caiu. Ela caiu de dia, ela caiu de noite. Ela caiu no dia seguinte e no dia depois, sem parar. Os campos de Aluman tornaram-se verdes. Todos os vizinhos de Aluman cantaram sua glória:
Dono dos dendezeiros, cujos cachos são abundantes;
Dono dos campos de milho, cujas espigas são pesadas!
Dono dos campos de feijão, inhame e mandioca!E as rãzinhas gargarejavam e coaxavam, e o rio corria velozmente para não transbordar! Aluman, reconhecido, ofereceu a Exú carne de bode com o tempero no ponto certo da pimenta. Havia chovido bastante. Mais, seria desastroso! Pois, em todas as coisas, o demais é inimigo do bom.

Lenda de Ôbáluáiyé



OBALUAIYÉ


O baluaiyê quer dizer "rei e dono da terra" sua veste é palha e esconde o segredo da vida e da morte. Está relacionado a terra quente e seca, como o calor do fogo e do sol - calor que lembra a febre das doenças infecto-contagiosas. Domina completamente as doenças que rege. Ao mesmo tempo em que as causa, tem poder de cura sobre elas. Arquétipos:Nunca estão totalmente satisfeitos, sempre querem mais...Mesmo quando acham que tudo está contra eles, persistem em seus propósitos. para os filhos de obaluaiyê importam os fins, não os meios. Aparentemente fortes, são na verdade frágeis e volúveis e, se sujeitam a rígidas disciplinas e regras morais. LendaNanã era considerada a deusa mais guerreira de daomé. Um dia, ela foi conquistar o reino de oxalá e se apaixonou por ele. Mas este não queria se envolver com outra orixá que não fosse sua amada esposa yemanjá. Por isso, explicou tudo a nanã, mas ela não se fez de rogada.Sabendo que oxalá adorava vinho de palma, embriagou-o. Ele ficou tão bêbado que se deixou seduzir por nanã, que acabou ficando grávida. Mas por ter transgredido uma lei da natureza, deu a luz a um menino horrível, não suportando vê-lo, lanço-o no rio. A criatura foi mordida por caranguejos, ficando toda deformada. Por sua terrível aparência, passou a viver longe dos outros orixás.De tempos em tempos os orixás se reuniam para uma festa. Todos dançavam, menos obaluaiyê, que ficava espreitando da porta, com vergonha de sua feiura. Ogum percebeu o que acontecia e, com pena, resolveu ajudá-lo, trançando uma roupa de mariwo - uma espécie de fibra de palmeira - que lhe cobriu todo o corpo. Com este traje ele voltou a festa e despertou a curiosidade de todos, que queriam saber quem era o orixá misterioso. Yansã, a mais curiosa de todas, aproximou-se, e neste momento, formou-se um turbilhão e o vento levantou a palha, revelando um rapaz muito bonito. Desde então os dois orixás vivem juntos, e os dois passaram a reinar sobre os mortos.

Lenda de Logún Èdé

Lôgúnédè


Dia da semana: Quinta-feiraCores: Azul Turquesa e Amarelo OuroSaudação: Logun ô Akofá!Elementos: Água (de Rios e Cachoeiras) e Terra (Floresta)Domínios: Riqueza, Fartura e BelezaInstrumentos: Balança, Ofá (arco), Abebè

(espelho) e Cavalo-Marinho


Logun Edé é o Orixá da riqueza e da fartura, filho de Oxum e de Oxóssi, deus da guerra e da água. É, sem dúvida, um dos mais bonitos orixás do Candomblé, já que a beleza é uma das principais características dos seus pais.Caçador habilidoso e príncipe soberbo, Logun Edé reúne os domínios de Oxóssi e de Oxum, e quase tudo que se sabe a seu respeito gira em torno de sua paternidade.
Apesar da sua história, é preciso esclarecer que Logun Edé não muda de sexo a cada seis meses, ele é um Orixá do sexo masculino. A sua dualidade dá-se a nível comportamental, já que em determinadas ocasiões pode ser doce e benevolente como Oxum, e em outras, sério e solitário como Oxóssi. Logun Edé é um Orixá de contradições; nele os opostos alternam, é o deus da surpresa e do inesperado. Na Nigéria, a cidade de Logun Edé chama-se Ilesa e é uma das mais ricas e prósperas de África, mas o seu culto na região está em via de extinção.
Na África negra, dizem que Logun Edé seria na verdade Ólòlún Ode – o guerreiro caçador - o maior entre todos os caçadores, pai de todos eles, inclusive de Oxóssi. Todavia, não podemos desconsiderar o processo cultural que deu origem ao Candomblé e as diferenças fundamentais que existem entre os cultos aos orixás no Brasil e em África. O Candomblé é um ‘resumo de toda a África mística. Muitos deuses que em África mantinham a sua autonomia, no Brasil foram reunidos num único Orixá e divididos em diversas qualidades.Oxum Yéyé Ipondá e Odé Erinlé são, respectivamente, as qualidades de Oxum e Oxóssi que se consideram os pais de Logun Edé. No Candomblé, Oxóssi e Oxum são os pais de Logun Edé, um deus único que encontra na sua paternidade uma forma de existir e residir, pois o seu culto mantém-se até hoje e é cada vez mais crescente fora de África. Há também quem diga em África que Logun Edé é, na verdade, uma altiva versão masculina da própria Oxum.
A história revela que Oxóssi, feliz pelo filho vindouro, declarou a Oxum o seu amor e lhe pediu a posse do menino:-Oxum, por amor a você, quero que Logun Edé fique comigo, vou ensiná-lo a caçar. Comigo ele aprenderá os segredos da floresta.Mas, Oxum também amava Logun Edé e por maior que fosse seu amor por Oxóssi ela não poderia separar-se de seu filho então declarou:-Logun Edé viverá seis meses com a sua mãe e seis meses com o seu pai, comerá do peixe e da caça. Ele será Oxóssi e será Oxum, mas sem deixar de ser ele mesmo, Logun Edé: uma princesa na floresta e um caçador sobre as ondas!
Características dos filhos de Logun Edé
Os filhos de Logun Edé possuem as características de Oxum, ou seja, narcisismo, vaidade, gosto pelo luxo, sensualidade, beleza, charme e elegância. Tem também características em comum com Oxóssi, ou seja, beleza, vaidade, cautela, objectividade e segurança. No entanto, há características de Logun Edé que não pertencem nem a Oxum nem a Oxóssi. Na verdade, ele reúne o arquétipo de ambos, mas de forma superficial.
A superficialidade é a marca dos filhos de Logun Edé, porque eles, ao contrário dos filhos de Oxóssi e de Oxum não têm certeza do que são nem do que querem. As qualidades de Oxum e de Oxóssi amenizam-se em Logun Edé, mas, em compensação, os defeitos exacerbam-se. Dessa forma, os filhos de Logun Edé são extremamente soberbos arrogantes e prepotentes.
Mas algo não se lhes pode negar: os filhos de Logun Edé são bonitos e possuem um olhar especial, algo que atrai e repele ao mesmo tempo. São do tipo ‘bonitinho mas ordinário’. São mandões, os donos da verdade, os mais belos, cujo ego não cabe em si. O melhor não lhes fazer elogios na sua presença, a não ser que queira ver a sua imensa cauda de pavão abrir em leque. Quando têm consciência de que conseguem controlar os seus defeitos, os filhos de Logun Edé tornam-se pessoas muito agradáveis. Os filhos de Logun Edé não andam! Pairam no ar!

terça-feira, 15 de maio de 2007

Lenda de Oyá


Oyá


sopra a forja de Ogun e cria o vento e a tempestade
Osaguiã estava em guerra, mas a guerra não acabava nunca, tão poucas
eram as armas para guerrear.
Ògún fazia as armas, mas fazia lentamente.
Osaguiã pediu a seu amigo Ògún urgência, Mas o ferreiro já fazia o
possível.
O ferro era muito demorado para se forjar e cada ferramenta nova
tardava como o tempo.
Tanto reclamou Osaguiã que Oyá, esposa do ferreiro, resolveu ajudar
Ògún a apressar a fabricação.
Oyá se pôs a soprar o fogo da forja de Ògún e seu sopro avivava
intensamente o fogo e o fogo aumentado de calor derretia o ferro mais
rapidamente.
Logo Ògún pode fazer muitas armas e com as armas Osaguiã venceu a
guerra.
Osaguiã veio então agradecer Ògún. E na casa de Ògún enamorou-se de
Oyá.
Um dia fugiram Osaguiã e Oyá, deixando Ògún enfurecido e sua forja
fria.
Quando mais tarde Osaguiã voltou à guerra e quando precisou de armas
muito urgentemente, Oyá teve que voltar a avivar a forja. E lá da casa de
Osaguiã, onde vivia, Oyá soprava em direção à forja
de Ògún.
E seu sopro atravessava toda a terra que separava a cidade de Osaguiã
da de Ògún.
E seu sopro cruzava os ares e arrastava consigo pó, folhas e tudo o mais
pelo caminho, até chegar às chamas com furor atiçava.
E o povo se acostumou com o sopro de Oyá cruzando os ares e logo o
chamou de vento. E quanto mais a guerra era terrível e mais urgia a
fabricação das armas, mais forte soprava Oyá a forja de Ògún. Tão forte
que às vezes destruía tudo no caminho, levando casas, arrancando árvores,
arrasando cidades e aldeias. O povo reconhecia o sopro destrutivo de Oyá e
o povo chamava a isso tempestade.

Lenda de Ogun


Ogum


dá ao homem o segredo do ferro.

Na Terra criada por Obatalá, em Ifé, os orixás e os seres humanos trabalhavam e viviam em igualdade. Todos caçavam e plantavam usando frágeis instrumentos feitos de madeira, pedra ou metal mole. Por isso o trabalho exigia grande esforço. Com o aumento da população de Ifé, a comida andava escassa. Era necessário plantar uma área maior.
Os orixás então se reuniram para decidir como fariam para remover as árvores do terreno e aumentar a área de lavoura. Ossain, o orixá da medicina, dispôs-se a ir primeiro e limpar o terreno. Mas seu facão era de metal mole e ele não foi bem sucedido. Do mesmo modo que Ossain, todos os outros Orixás tentaram, um por um, e fracassaram na tarefa de limpar o terreno para o plantio. Ogun, que conhecia o segredo do ferro, não tinha dito nada até então. Quando todos os outros Orixás tinham fracassado, Ogun pegou seu facão, de ferro, foi até a mata e limpou o terreno. Os Orixás, admirados, perguntaram a Ogun de que material era feito tão resistente facão. Ogun respondeu que era o ferro, um segredo recebido de Orunmilá. Os Orixás invejaram Ogun pelos benefícios que o ferro trazia, não só à agricultura, como à caça e até mesmo à guerra.
Por muito tempo os Orixás importunaram Ogun para saber do segredo do ferro, mas ele mantinha o segredo só para si. Os Orixás decidiram então oferecer-lhe o reinado em troca do que ele lhes ensinasse tudo sobre aquele metal tão resistente. Ogun aceitou a proposta. Os humanos também vieram a Ogun pedir-lhe o conhecimento do ferro. E Ogun lhes deu o conhecimento da forja, até o dia em que todo caçador e todo guerreiro tiveram sua ança de ferro. Mas, apesar de Ogun ter aceitado o comendo dos Orixás, antes de mais nada ele era um caçador. Certa ocasião, saiu para caçar e passou muitos dias fora numa difícil temporada. Quando voltou da mata, estava sujo e maltrapilho. Os Orixás não gostaram de ver seu líder naquele estado. Eles o desprezaram e decidiram destituí-lo do reinado. Ogun se decepcionou com os Orixás, pois, quando precisaram dele para o segredo da forja, eles o fizeram rei e agora dizem que não era digno de governá-los. Então Ogun banhou-se, vestiu-se com folhas de palmeira desfiadas, pegou suas armas e partiu. Num lugar distante chamado Irê, construiu uma casa embaixo da arvore de Acoco e lá permaneceu. Os humanos que receberam deOgun o segredo do ferro não o esqueceram. Todo mês de dezembro, celebravam a festa de Uidê Ogun. Caçadores, guerreiros, ferreiros e muitos outros fazem sacrifícios em memória de Ogun. Ogun é o senhor do ferro para sempre.


Ogum torna-se o rei de Irê.

Quando Odudua reinava em Ifé, mandou seu filho Ogun guerrear e conquistar os reinos vizinhos. Ogun destruiu muitas cidades e trouxe para Ifé muitos escravos e riquezas, aumentando de maneira fabulosa o império de seu pai. Um dia, Ogun lançou-se contra a cidade de Irê, cujo povo o odiava muito. Ogun destruiu tudo, cortou a cabeça do rei de Irê e a colocou num saco para dá-la a seu pai. Alguns conselheiros de Odudua souberam do presente que Ogun trazia para o rei seu pai. Os conselheiros disseram a Odudua que Ogun desejava a morte do próprio pai para usurpar-lhe a coroa. Todos sabem que um rei deve ver a cabeça decaptada de outro rei. Ogun não conhecia esse tabu. Odudua imediatamente enviou uma delegação para encontrar Ogun fora dos portões da cidade. Após muitas explicações, Ogun concordou em entregara cabeça do rei de Irê aos mensageiros de Odudua. O perigo havia acabado. Ogum fora encontrado antes de chegar ao palácio de seu pai. Como Odudua queria recompensar o seu filho mais querido, presenteou Ogun com o reino de Irê e todos os prisioneiros e riquezas conquistadas naquela guerra.
Assim Ogun tornou-se o Onirê, o rei de Irê

Conheça agora 1 pouco de cada santo depois suas lendas



Exu


É um orixá ou um ebora de múltiplos e contraditórios aspectos, ficando difícil compreende-lo coerentemente. É astucioso, e às vezes malévolo, mas possui qualidades boas, é jovial e dinâmico. É um orixá protetor, Èsùstósìsn (Exu merece ser adorado). Exu é o guardião dos templos, casas e pessoas e os caminhos, porteiras e encruzilhadas. Serve de intermediário entre os homens e os demais orixás. Na Nação Xambá no mês de Agosto não se dá obrigações a outro orixá a não ser Exu, não se faz Yaô de Exu na Nação Xambá, Celebogum é uma qualidade de Exu cultuado na Nação Xambá. O dia da semana é segunda-feira, sua guia é preta e branca, sua cor vermelha. Saudação: Exu bê ou Bará ô Exu. Ferramenta: amuleto (bastão de madeira). Exu é o orixá da comunicação, erroneamente é comparado ao demônio.


Ogum


É o primeiro orixá a ser saudado depois que Exu é despachado. Ogum está ligado a natureza através dos metais, principalmente o ferro, por isso é conhecido como o protetor dos metais, da tecnologia e daqueles que dela utilizam-se. Nas cerimônias religiosas, em dias de toques é sempre Ogum quem sai na frente “abrindo a roda” para os outros orixás dançarem. As pessoas que são filho/as desse orixá são enérgicas em seus objetivos e não desencorajam facilmente. Na Nação Xambá o mês dedicado a Ogum é Abril quando se oferece rosas vermelhas e cerveja no mar para Ogum Beira Mar, o dia da semana é quarta-feira. Guia corrente de metal, cor da roupa vermelha. Saudação Ogunhê. Ferramenta: lança de ferro.


Odé


Orixá ligado às matas, a caça, a fartura e a inteligência. Conhecido também em outras nações das religiões afrodescendentes como Oxossi, sua importância deve-se a diversos fatores, na África tinha diversas qualidades, material, médica, administrativa, social e policial. As pessoas que tem esse orixá são espertas, ágeis, exercem com maestria cargos de liderança, são pessoas cheias de iniciativas e sempre em vias de novas descobertas. Na Nação Xambá o mês dedicado a Odé é também abril, seu dia da semana é quarta-feira. Guia corrente de metal, as cores da roupas são vermelha ou verde. Saudação: Odé Ô e Okê Arô. Ferramenta: dématá (arco e flecha de ferro).


Nanã


É o mais velho dos orixás femininos, ligado a natureza através do barro e da lama e dos manguezais, é também considerado o orixá da sabedoria por ser o mais velho. Os/as filhos/as de Nanã tendem a comportarem-se com a indulgência dos/as avós, agem com segurança e majestade, suas reações são bem-equilibradas e a pertinência de suas decisões mantêm-no/as sempre com sabedoria. Dedicamos o mês de julho a esse orixá, o dia da semana é quarta-feira, sua guia é verde ou roxo, sua corda roupa é roxa. Saudação: Atotô salubá. Na Nação Xambá, Nanã não sai debaixo de Alá, só faz ôborí.


Bêji


Orixás trigêmeos crianças. No sincretismo religioso é representado por Cosme, Damião e Doúm. Setembro é o mês de Bêji, dia da semana é quarta-feira. Guia e roupas são verde, vermelho e branco. Na Nação Xambá no toque de Bêji é servido um almoço a todas as crianças e adultos/as filhos/as da casa e convidados/as presentes. Há também distribuição de doces.


Obaluaiê


Orixá da varíola e da doença e também da cura, é o dono dos ebós. Conhecido também como Omolu, forma mais velha desse orixá. Os/as filhos/as desse orixá são capazes de consagrar o bem-estar dos outros, fazendo completa abstração de seus próprios interesses e necessidades vitais. Seu mês é janeiro, dia da semana é quarta-feira, guia vermelha e preta, cor da roupa verde. Ferramenta: seta de madeira. Saudação: Atotô. Na Nação Xambá, Obaluaiê não sai debaixo de Alá.


Ewá


Orixá feminino associado a beleza. Dia da semana quarta-feira, guia nas cores amarela, rosa e roxo. Na Nação Xambá o assentamento de Ewá é uma panela de barro.


Obá


Orixá feminino muito enérgico e fisicamente mais forte que muitos orixás masculinos. Segundo uma das lendas africanas teria desafiado, em seqüência, vários orixás entre eles Oxalá, Xangô e Orunmilá. Tornou-se a terceira mulher de Xangô, travou grandes rivalidades com Oxum (segunda mulher deste orixá). Mulheres filhas desse orixá possuem atitudes militantes e agressivas, conseqüências de experiências infelizes ou amargas por elas vividas. Dia da semana quinta-feira, cor da roupa rosa, guia vermelha. Saudação Obá Ciô. Na Nação Xambá o assentamento é uma tigela de louça.


Xangô


Orixá da justiça, dos raios, das pedras e do trovão. Em lenda africana é o rei de Kòso (terra), historicamente foi o terceiro Aláàfin Òyó - Rei de Oyó (cidade dos iorubas). Possuiu três esposas: Oyá, Oxum e Obá. É um orixá viril e atrevido, violento e justiceiro, castiga os mentirosos, os ladrões e os malfeitores. Os/as filhos/as desse orixá tem como característica serem voluntariosos/as e enérgico/as, altivo/as e conscientes de sua importância real. O mês desse orixá é junho, o dia da semana é domingo, cor vermelho e branco, guia e roupa vermelha e branca. Ferramenta: adamaxê (machado duplo). Saudação Kaô Kabecilé. Na Nação Xambá a primeira grande obrigação do ano é o Amalá de Xangô. Balaneim e Aguanguá são qualidades de Xangôs cultuados na Casa Xambá.


Oya/Iansã


Orixá feminino dos ventos, das tempestades e do rio Níger que em iorubá significa Odò Oyá. Foi a primeira mulher de Xangô e tinha um temperamento ardente e impetuoso e é o único orixá capaz de enfrentar e dominar os eguns (espíritos dos mortos) devido a seu caráter guerreiro. Os/as filhos/as desse orixá são audaciosos/as, poderosos/as e autoritários/as. Mês dedicado a Oyá é dezembro, seu dia é quinta-feira, cor da roupa rosa, guia vermelha. Saudação: Epahey Oyá e Epahey Yansã. Ferramenta: espada. Na Nação Xambá, no dia 13 de dezembro, ao meio-dia acontece a louvação a Oyá, toque em reverência a esse orixá, momento no qual todos/as os/as yaôs da casa vestem-se com a roupa de seu orixá. Quando Mãe Biu era viva, sentava-se no trono de Oyá.


Afrekête


Vodum de origem daomeana que fora incorporado como orixá pelos iorubanos. Até o presente momento, Afrekête vem sendo cultuado em Pernambuco apenas na Nação Xambá, tido nesta Casa como Orixá feminino. Suas cores são variadas e sua guia é colorida. O mês dedicado a esse orixá é dezembro e o dia da semana é quinta-feira. Assentamento: tigela de louça.


Oxum


Orixá feminino do rio de mesmo nome que corre na Nigéria, em Ijexá e Ijebu. Foi a segunda mulher de Xangô e viveu antes com Ogum, Orunmilá e Odé. Ligada ao elemento da natureza ouro e também as águas dos rios e das cachoeiras. As mulheres que desejam ter filhos/as dirigem-se a esse orixá, por isso é também controlador da fecundidade, popularmente associado a beleza e a vaidade. O mês dedicado a Oxum é fevereiro, sua cor da roupa e guia é o amarelo. Dia da semana é terça-feira. Na Nação Xambá, oferece-se flores no rio no mês de fevereiro. Saudação: Ora Yê Yé Ô. Ferramenta: abebé (espelho).


Yemanjá


Seu nome Yèyé Omo Ejá significa mãe cujos filhos/as são peixes. É um orixá feminino das águas dos mares, oceanos ou do encontro do rios e mares. Mãe da maioria dos orixás, representada como uma matrona de seios volumosos, símbolo de maternidade fecunda e nutritiva. É a dona dos oris (cabeças). As pessoas filhas desse orixá são voluntariosas, fortes, rigorosas e altivas. O mês dedicado a Yemanjá é maio e o dia da semana é o sábado, cor da roupa azul claro com branco e guia de miçangas transparentes. Saudação: Odô Miô. Ferramenta: abebé (lua e estrela). Na Nação Xambá no mês de dezembro oferecem flores brancas no mar, não se oferece panela para Yemanjá.


Orixalá


Orixá mais velho, considerado pai da maioria dos orixás, representa a paz. O mês de Orixalá é julho, o dia da semana é a sexta-feira, branco é a cor da roupa e da guia. Ferramenta: cajado. Na Nação Xambá, no mês de julho, todas as sextas-feiras há o arroz de Orixalá (Ossé), ocasião onde se canta muito para esse orixá. Durante todo o mês de outubro não há na casa obrigação de sangue, apenas inhame e bagre encerrando com toque ao final do mês.


Ogùn pá lêlê pá

Ogum mata com raiva

Ogùn pá ójàrê

Ogum é bom matador



segunda-feira, 14 de maio de 2007

Lenda de Xangô


Xangô



é o Orixá da Justiça e seu campo preferencial de atuação é a razão, despertando nos seres o senso de equilíbrio e eqüidade, já que só conscientizando e despertando para os reais valores da vida a evolução se processa num fluir contínuo. Comentar sobre o Orixá Xangô é dispensável pois é muito conhecido dos praticantes de Umbanda. Logo, nos limitamos a comentar alguns de seus aspectos. O Trono Regente Planetário se individualiza nos Sete Tronos Essenciais, que projetam-se energética, magnética e vibratoriamente e criam sete linhas de forças ou irradiações bipolarizadas, pois surgem dois pólos diferenciados em positivo e negativo, irradiante e absorvente, ativo e passivo, masculino e feminino, universal e cósmico. Uma dessas projeções é a do Trono da Justiça Divina que, ao irradiar-se, cria a linha de forças da Justiça, pontificada por Xangô e Egunitá (divindade natural cósmica do Fogo Divino). Na linha elemental da Justiça, ígnea por excelência, Xangô e Egunitá são os pólos magnéticos opostos. Por isto eles se polarizam com a linha da Lei, que é eólica por excelência. Logo, Xangô polariza-se com a eólica Iansã e Egunitá polariza-se com o eólico Ogum, criando duas linhas mistas ou linhas regentes do Ritual de Umbanda Sagrada. O Orixá Xangô é o Trono Natural da Justiça e está assentado no pólo positivo da linha do Fogo Divino, de onde se projeta e faz surgir sete hierarquias naturais de nível intermediário, pontificadas pelos Xangôs regentes dos pólos e níveis vibratórios intermediários da linha de forças da Justiça Divina Estes sete Xangôs são Orixás Naturais; são regentes de níveis vibratórios; são multidimensionais e são irradiadores das qualidades, dos atributos e das atribuições do Orixá maior Xangô. Eles aplicam os aspectos positivos da justiça divina nos níveis vibratórios positivos e polarizam-se com os Xangôs cósmicos, que são os aplicadores dos aspectos negativos da justiça divina. Como, na Umbanda, quem lida com os regentes desses aspectos são os Exus e as Pomba-giras, então não vamos comentá-los e nos limitaremos aos regentes dos pólos positivos intermediários, que formam suas hierarquias de Orixás Intermediadores, que pontificam, na Umbanda, as linhas de trabalhos espirituais. Estes Xangôs intermediários, tal como todos os Orixás Intermediários, possuem nomes mântricos que não podem ser abertos ao plano material. Muitos os chamam de Xangô da Pedra Branca, Xangô Sete Pedreiras, Xangô dos Raios, Xangô do Tempo, Xangô da Lei, etc. Enfim, são nomes simbólicos para os mistérios regidos pelos Orixás Xangôs intermediários. Só que quem usa estes nomes simbólicos não são os regentes dos pólos magnéticos da linha da Justiça, e sim os seus intermediadores, que foram "humanizados" e regem linhas de caboclos que manifestam-se no Ritual de Umbanda Sagrada comandando as linhas de trabalhos de ação e de reação. Eles são os aplicadores "humanos" dos aspectos positivos da Justiça Divina. Oferenda: Velas brancas, vermelhas e marrom; cerveja escura, vinho tinto doce e licor de ambrosia; flores diversas, tudo depositado em uma cachoeira, montanha ou pedreira.

A lenda de oxossi


Osòósì mata o grande pássaro.


Em tempos distantes, Odùdùwa, Obà de Ifé, diante do seu Palácio Real, chefiava o seu povo na festa da colheita dos inhames. Naquele ano a colheita havia sido farta, e todos em homenagem, deram uma grande festa comemorando o acontecido, comendo inhame e bebendo vinho de palma em grande fartura.
De repente, um grande pássaro, (èlèye), pousou sobre o Palácio, lançando os seus gritos malignos, e lançando fardas de fogo, com intenção de destruir tudo que por ali existia, pelo fato de não terem oferecido uma parte da colheita as Àjès (feiticeira, portadoras do pássaro), personificando seus poderes atravez de Ìyamì Òsóróngà.
Todos se encheram de pavor, prevendo desgraças e catástrofes.
O Oba então mandou buscar Osotadotá, o caçador das 07 flechas, em Ilarê, que, arrogante e cheio de si, errou todas as suas investidas, desperdiçando suas 07 flechas.
Chamou desta vez, das terras de Moré, Osotogi, com suas 05 flechas. Embriagado, o guerreiro também desperdiçou todas suas investidas contra o grande pássaro.
Ainda foi, convidado para grande façanha de matar o pássaro, das distantes terras de Idô, Osotogum, o guardião das 03 flechas. Fanfarão, apesar da sua grande fama e destreza, atirou em vão 03 flechas, contra o pássaro encantado e nada aconteceu.
Por fim, já com todos sem esperança, resolveram convocar da cidade de Ireman, Òsotokànsosó, caçador de apenas uma flecha.
Sua mãe Yemonjá, sabia que as èlèye viviam em cólera, e nada poderia ser feito para apaziguar sua fúria a não ser uma oferenda, vez que três dos melhores caçadores falharam em suas tentativas.
Yemonjá foi consultar Ifá para Òsotokànsosó.
Foi consultar os Bàbálàwo. Eles disseram que faça oferendas. Eles dizem que Yemonjá prepare ekùjébú (grão muito duro) naquele dia. Eles dizem que tenha também um frango òpìpì (frango com
as plumas crespas). Eles dizem que tenha èkó (massa de milho envolta em folhas de bananeira).
Eles dizem que Yemonjá tenha seis kauris. Yemonjá faz então assim, pediram ainda que, oferecesse colocando sobre o peito de um pássaro sacrificado em intenção. Eles dizem que ofereça em uma estrada, dizem que recite o seguinte: “Que o peito da ave receba esta oferenda”.
Neste exato momento, o seu filho disparava sua única flecha em direção ao pássaro, esse abria sua guarda recebendo a oferenda ofertada por Yemonjá, recebendo também a flecha serteira e mortal de Òsotokànsosó.
Todos após tal ato, começaram a dançar e gritar de alegria: “òsóòsì! òsóòsì!” (caçador do povo).
A partir desse dia todos conheceram o maior guerreiro de todas as terras, foi referenciado com honras e carrega seu título até hoje.


OXUM


Conta-nos uma lenda, que Oxum queria muito aprender os segredos e mistérios da arte da adivinhação, para tanto, foi procurar Exú. Exú, muito matreiro, falou à Oxum que lhe ensinaria os segredos da adivinhação, mas para tanto, ficaria Oxum sobre os domínios de Exú durante sete anos, passando, lavando e arrumando a casa do mesmo, em troca ele a ensinaria.E, assim foi feito, durante sete anos Oxum foi aprendendo a arte da adivinhação que Exú lhe ensinará e consequentemente, cumprindo seu acordo de ajudar nos afazeres domésticos na casa de Exú. Findando os sete anos, Oxum e Exú, tinham se apegado bastante pela convivência em comum,
e Oxum resolveu ficar em companhia desse Orixá. Em um belo dia, Xangô que passava pelas propriedades de Exú, avistou aquela linda donzela que penteava seus lindos cabelos a margem de um rio e de pronto agrado, foi declarar sua grande admiração para com Oxum.Foi-se a tal ponto que Xangô, viu-se completamente apaixonado por aquela linda mulher, e perguntou se não gostaria de morar em sua companhia em seu lindo castelo na cidade de Oyó. Oxum rejeitou o convite, pois lhe fazia muito bem a companhia de Exú. Xangô então irritado e contrariado, seqüestrou Oxum e levou-a em sua companhia, aprisionando-a na masmorra de seu castelo. Exú, logo de imediato sentiu a falta de sua companheira e saiu a procurar, por todas as regiões, pelos quatro cantos do mundo sua doce pupila de anos de convivência. Chegando nas terras de Xangô, Exú foi surpreendido por um canto triste e melancólico que vinha da direção do palácio do Rei de Oyó, da mais alta torre. Lá estava Oxum, triste e a chorar por sua prisão e permanência na cidade do Rei. Exú, esperto e matreiro, procurou a ajuda de Òrùnmílá, que de pronto agrado lhe cedeu uma poção de transformação para Oxum desvencilhar-se dos domínios de Xangô. Exú, através da magia pode fazer chegar as mãos de sua companheira a tal poção. Oxum tomou de um só gole a poção mágica e transformou-se em uma linda pomba dourada, que voou e pode então retornar em companhia de Exú para sua morada.LENDASLogo que todos os Orixás chegaram à terra, organizavam reuniões das quais mulheres não podiam participar. Oxum, revoltada por não poder participar das reuniões e das deliberações, resolve mostrar seu poder e sua importância tornando estéreis todas as mulheres, secando as fontes, tornando assim a terra improdutiva.Olodumaré foi procurado pelos Orixás que lhe explicaram que tudo ia mal na terra, apesar de tudo que faziam e deliberavam nas reuniões. Olodumaré perguntou a eles se Oxum participava das reuniões, foi quando os Orixás lhe disseram que não. Explicou-lhes então, que sem a presença de Oxum e do seu poder sobre a fecundidade, nada iria dar certo. Os Orixás convidaram Oxum para participar de seus trabalhos e reuniões, e depois de muita insistência, Oxum resolve aceitar. Imediatamente as mulheres tornaram-se fecundas e todos os empreendimentos e projetos obtiveram resultados positivos. Oxum é chamada Iyalodê (Iyáláòde), título conferido à pessoa que ocupa o lugar mais importante entre as mulheres da cidade.OXUMNome de um rio na Nigéria, em Ijexá e Ijebú. Segunda mulher de Xangô, deusa do ouro, riqueza e do amor. A Oxum pertence o ventre da mulher e ao mesmo tempo controla a fecundidade, por isso as crianças lhe pertencem. Dona dos rios e cachoeiras gosta de usar colares, jóias, tudo relacionado à vaidade, perfumes, etc.O ARQUÉTIPO DE OXUMAs pessoas de Oxum são vaidosas, elegantes, sensuais, adoram perfumes, jóias caras, roupas bonitas, tudo que se relaciona com a beleza. Gostam de chamar a atenção do sexo oposto. São boas donas de casa e companheiras, despertam ciúmes nas mulheres e se envolvem em intrigas.Oxum é destemida diante das dificuldades enfrentadas pelos seus. Ela usa sua sensualidade para salvar sua comunidade da morte. Dança com seus lenços e o mel, seduzindo Ogum até que ele volte a produzir os instrumentos para a agricultura. Assim a cidade fica livre da fome e miséria. Oxum enfrenta o perigo quando Olodumare, Deus supremo, ofendido pela rebeldia dos orixás, prende a chuva no orum (Céu), deixando que a seca e a fome se abatam sobre o aiê (a Terra). Transformada em pavão, Oxum voa até o deus maior, para suplicar ajuda. Mesmo tornando-se abutre pelo calor do sol, que queima-lhe, enegrecendo as penas, ela alcança a casa de Olodumare. Indignada por se perceber excluída da reunião de orixás masculinos, Oxum torna estéreis todas as mulheres até que ela seja convidada para o encontro. Uma demonstração de que com ela é assim: bateu, levou. Não tolera o que considera injusto e adora uma pirraça. Da beleza à destreza, da fragilidade à força, com toque feminino de bondade, é assim o jeito dessa deusa-heroína. Sensível à condição de fraqueza, Oxum se dispõe a aliviar o sofrimento alheio. Assim ela o faz quando Oxalá tem seu cajado jogado ao mar e a perna ferida por Iansã. Oxum vem para ajudar o velho, curando-o e recuperando seu pertence. Ela é adorada por Oxalá. A deusa do amor parte com um ebó até Olodumare, para que não haja mais seca na Terra. No caminho ela não hesita em repartir os ingredientes da oferenda com o velho Obatalá e as crianças que encontra, e mesmo assim alcança seu objetivo pela comoção de Olodumare. Com grande compaixão, Oxum intercede junto a Olodumare para que ele ressuscite Obaluaiê, em troca do doce mel da bela orixá. E ela garante a vida alheia também ao acolher a princesa Ala, grávida, jogada ao rio por seu pai. Oxum cuida da recém-nascida, a querida Oiá.Com suas jóias, espelhos e roupas finas, Oxum satisfaz seu gosto pelo luxo. Ambiciosa, ela é capaz de geniais estratagemas para conseguir êxito na vida. Vai à frente da casa de Oxalá e lá começa a fazer escândalo, caluniando-o aos berros, até receber dele a fortuna desejada para então calar-se. E assim Oxum torna-se "senhora de tanta riqueza como nenhuma outra Yabá (Orixá femino) jamais o fora".A vontade de conhecer os segredos do destino faz com que Oxum, esperta que é, coloque seu poder de atração sexual em acordos para esse fim. Ela é especialista no toma-lá-dá-cá. É desse modo que aprende a arte da adivinhação com Exu, e as roupas de Obatalá, e as vestes do "Senhor do Pano Branco" pelo segredo do Ifá. Assim Oxum se torna senhora do jogo de búzios. Beleza, agilidade e astúcia são ingredientes do sucesso deste orixá. No amor Oxum é ardorosa, de tão formosa e quente que é. Oxum luta para conquistar o amor de Xangô e quando o consegue é capaz de gastar toda sua riqueza para manter seu amado. Ela livra seu querido Oxósse do perigo e entrega-lhe riqueza e poder para que se torne Alaketu, o rei da cidade de Ketu. Oxum provoca disputa acirrada entre dois irmãos por seu amor: Xangô e Ogum, ambos guerreiros famosos e poderosos, o tipo preferido por ela. Xangô é seu marido, mas independente disso, se um dos dois irmãos não a trata bem, o outro se sente no direito de intervir e conquistá-la. Afinal Oxum quer ser amada e todos sabem que ela deve ser tratada como uma rainha, ou seja, com roupas finas, jóias e boa comida, tudo a seu gosto. A beleza é o maior trunfo do orixá do amor. Como esposa de Xangô, ao lado de Obá e Oiá, Oxum é a preferida e está sempre atenta para manter-se a mais amada. Ela adora enganar Obá. Oxum induz Obá a cortar a própria orelha para cozinhar e servir para Xangô, dizendo ser o prato preferido do marido, que na verdade fica enojado e enfurecido. Ela também engana Eleguá que, a serviço de Obá para fazer um sacrifício, corta erradamente o rabo do cavalo de Xangô. Outra vez Obá queria agradar seu marido, mas acaba odiada por ele. Oxum definitivamente quer o fracasso de quem considera rival. Foi de Oxum a delicada missão dada por Olodumare de religar o orum (o céu) ao aiê (a terra) quando da separação destes pela displicência dos homens. Tamanho foi o aborrecimento dos orixás em não poder mais conviver com os humanos que Oxum veio ao aiê (a terra) prepará-los para receber os deuses em seus corpos. Juntou as mulheres, banhou-as com ervas, raspou e adornou suas cabeças com pena de ecodidé (pena de um passáro sabrado), enfeitou seus colos com fios de contas coloridas, seus pulsos com idés (pulseiras), enfim as fez belas e prontas para receberem os orixás. E eles vieram. Dançaram e dançaram ao som dos atabaques e xequerês. Para alegria dos orixás e dos humanos estava inventado o Candomblé. Os mitos da Oxum mostram o quão múltipla é sua personalidade